domingo, 6 de março de 2011

Pink Floyd e a psicodelia


A banda norte americana Pink Floyd surgida ao fim da década de 1960 em meio aos movimentos de contra-cultura é uma grande referência que utilizo em meu trabalho. O primeiro desenho é baseado no clássico filme The Wall de Roger Watters, o segundo foi baseado na capa do album Aton Heart Mother.
As letras das músicas envolvem a alienação em massa, a loucura e as drogas psicodélicas. Segundo o teórico musical e sociólogo Theodor Adorno a música popular apresenta extruturas rítmicas padronizadas que tornam seus acordes substitutos e aparentemente individualistas imperceptíveis. Diferentemente da melhor música clássica européia na qual cada detalhe "praticamente contém o todo e conduz à exposição do todo, enquanto, ao mesmo tempo, é produzido fora do contexto do todo".
As composições do Pink Floyd estariam próximas deste último conceito além de incluírem em suas músicas elementos "não-musicais" como sons de campainhas de relógios, ovos sendo fritos ou latidos de cães. Os arranjos musicais também reproduzem três principais efeitos da experiência com LSD segundo Michael Hicks: A descronização (rompimento das percepções convencionais do tempo) que faz com que as músicas sejam aumentadas e seus ritmos desacelerados com solos longos e não-direcionais; a despersonalização (rompimentos das barreiras comuns do ego e da consciência resultante da unidade indiferenciada) que envolve uma amplificação extremamente alta em shows ao vivo resultando em uma diminuição da consciencia individual, além disso, dentro da banda a distinção entre músicos principais e de acompanhamento não se define; por último temos a dinamização (meio pelo qual as formas físicas extáticas parecem se dissolver em objetos de gordura derretida) expressa por uma série de técnicas especialmente relacionadas ao rock psicodélico como uso de reverberação artificial, progressões de acorde incomuns, unidades de ressonância e sons estéreos para indicar enormes espaços interiores, retorno de som e misturas de elevações de sons para dinamizar e deixar "derreter" timbres que, de outro modo seriam totalmente estáveis.

Fonte: Pink Floyd e a filosofia. Coletânea de George A. Reisch. Madras editora. 2010

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